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quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

Refletindo sobre mim...

 
Pode parecer que não me importo com minha mãe de criação, mas me importo sim, apenas prefiro a distância, pois todos nós temos de respeitar as opiniões dos outros e não curto muito as atitudes dela, por isso prefiro a distãncia, assim não apaga dentro de mim o que sinto por ela.
Muitas vezes faço o mesmo com a minha mãe biológica, que já há alguns bons anos, mantemos contato, mesmo não tendo sido criada por ela, mas digo, que durante toda minha infância eu desejei que ela me levasse embora com ela e meus irmãos, mas isso nunca aconteceu... E às vezes prefiro estar longe de todos que me fazem lembrar de um passado que não foi muito legal.
 
Por sorte, tento ser uma boa mãe, amiga, confidente de minhas filhas, para que elas sempre se sintam seguras de meu amor... e para que tudo seja mais fácil, Deus me presenteou como Grandão, que me faz sentir muito bem, protegida e aconhegantemente amada.
 
Daí lembrei de um conto sobre isso, essa espera que nunca acontece e vou compartilhar:
 
 
O menino das meias vermelhas
 
Ele era um garoto triste. Procurava estudar muito. Na hora do recreio ficava afastado dos colegas, como se estivesse procurando alguma coisa.
Todos os outros meninos zombavam dele, por causa das suas meias vermelhas.
Um dia, o cercaram e lhe perguntaram porque ele só usava meias vermelhas. Ele falou, com simplicidade: No ano passado, quando fiz aniversário, minha mãe me levou ao circo.
Colocou em mim essas meias vermelhas. Eu reclamei. Comecei a chorar. Disse que todo mundo iria rir de mim, por causa das meias vermelhas.
Mas ela disse que tinha um motivo muito forte para me colocar as meias vermelhas. Disse que se eu me perdesse, bastaria ela olhar para o chão e quando visse um menino de meias vermelhas, saberia que o filho era dela.
Ora, disseram os garotos, mas você não está num circo. Por que não tira essas meias vermelhas e as joga fora?
O menino das meias vermelhas olhou para os próprios pés, talvez para disfarçar o olhar lacrimoso e explicou: É que a minha mãe abandonou a nossa casa e foi embora. Por isso, eu continuo usando essas meias vermelhas. Quando ela passar por mim, em qualquer lugar em que eu esteja, ela vai me encontrar e me levará com ela.
Muitas almas existem, na Terra, solitárias e tristes, chorando um amor que se foi. Colocam meias vermelhas, na expectativa de que alguém as identifique, em meio à multidão, e as leve para a intimidade do próprio coração.
São crianças, cujos pais as deixaram, um dia, em braços alheios, enquanto eles mesmos se lançaram à procura de tesouros, nem sempre reais.
Lesadas em sua afetividade, vivem cada dia à espera do retorno dos amores, ou de alguém que lhes chegue e as aconchegue.
Têm sede de carinho e fome de afeto. Trazem o olhar triste de quem se encontra sozinho e anseia por ternura.
São idosos recolhidos a lares e asilos, às dezenas. Ficam sentados em suas cadeiras, tomando sol, as pernas estendidas, aguardando que alguém identifique as meias vermelhas.
Aguardam gestos de carinho, atenções pequenas. Marcam no calendário, para não se perderem, a data da próxima visita, do aniversário, da festividade especial.
Aguardam...
São homens e mulheres que se levantam todos os dias, saem de casa, andam pelas ruas, sempre à espera de que alguém que partiu, retorne.
Que o filho que tomou o rumo do mundo e não mais escreveu, nem deu notícia alguma, volte ao lar.
São namorados, noivos, esposos que viram o outro sair de casa, um dia, e esperam o retorno.
Almas solitárias. Lesadas na afetividade. Carentes.
* * *
O amor, sem dúvida, é lei da vida. Ninguém no mundo pode medir a resistência de um coração quando abandonado por outro.
E nem pode aquilatar da qualidade das reações que virão daqueles que emurchecem aos poucos, na dor da afeição incompreendida.
Todos devemos respeito uns aos outros. Somos responsáveis pelos que cativamos ou nos confiam seus corações.
Se alguém estiver usando meias vermelhas, por nossa causa, pensemos se este não é o momento de recompor o que se encontra destroçado, trabalhando a terra do nosso coração.
Pensemos nisso!
Redação do Momento Espírita, com base em crônica de Carlos Heitor Cony,
constante na Agenda Renascer 2004 e no cap. 31 do livro Momentos de ouro,
por Espíritos diversos, psicografia de Francisco Cândido Xavier, ed. Geem.
Em 23.03.2009.

15 comentários:

  1. Bom dia Ritinhaaaa

    O sonho de todo ser humano é ser amado, amado por seus pais, pelos amigos, qdo crescemos pelo marido e pelos filhos.
    Um abandono com certeza provoca marcas.
    Triste a história do menino de meias vermelhas =/
    Eu não concordo quase em nada com a minha mãe, a gente briga como cão e gato, mas estamos sempre juntas apesar das dificuldades que são muitas.

    bjokas com carinho =)

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  2. Você me emocionou, Ritinha com tão linda e terna postagem
    Fica triste não, querida
    Você tem o amor dos seus filhos e do Grandão
    Tenho certeza que és um ótima mãe e esposa e
    É isso que importa, né?
    Deixo um forte abraço e um beijinho carinhoso
    Verena e Bichinhos

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  3. Amo tanto meus pais...que abdiquei da minha vida na cidade...para os aconchegar na velhice...numa aldeia...onde pouco acontece e muito se faz!!!
    A vida é feita de bons e maus momentos...importa que aprendamos com uns e usufruamos de outros!!!

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  4. Ritinha, eu sempre fiquei calada( o sofrimento foi terrível), não usaria essas meias vermelhas nem em outro mundo, pois não quero ser encontrada.
    Beijos
    Lua Singular

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  5. Ritinha que lindo texto!
    Não sei dizer o que é pior!Você ser criada pelos seus pais biológicos,e ser tratada como ninguém,ou o seu caso ser criada por pessoas que não tem nada a ver com você.Eu passei por isso,e continuo,acho que nasci para sofrer.
    Vim agradecer a sua visita,e seu carinho.
    Muito obrigada,beijinhos.

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  6. Oiiiii,

    Voltando ao mundo dos blogs, aproveitei para fazer uma visita.

    Desejo um ótimo inicio de ano a nós

    http://segundaeucomecooficial.blogspot.com.br/

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  7. Ritinha, lindo e comovente seu texto, não sei o que é desamor, fui criada pelos meus pais que me amaram, amei também, tenho um casal de filhos casados e netos lindos que amo e muito, mas dá para, pelo menos, imaginar como deve ser triste viver sem ser amado, pior ainda sendo abandoando, ainda bem que tens seu amado marido do seu lado, suas lindas filhas e netas, portanto nem uses "meias vermelhas", esqueça se puder as agruras do passado, viva o seu presente, seu lindo presente!
    Abraços e tenhas uma linda tarde!

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  8. Lindo,Ritinha!!!Emocionante também!1 bjs praianos, tuuuuudo de bom,chica

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  9. Ritinha, infelizmente, o mundo tem muita gente que nem ao menos usa as meias vermelhas da esperança, como o dito menino.
    Bjs

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  10. Olá,
    O amor é um sentimento forte que faz parte de nós, como eu digo sempre, "existe melhor comida do que aquela que é feita pela nossa mãe?" tenho a certeza que não existe, esta é uma das provas de amor pela nossos pais.
    Abraço
    ag

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  11. Á algum tempo tenho feito isso também com pessoas que me machucaram muito , e perdoei e tornaram a me machucar novamente e isto foi muitas vezes que aconteceu, diversas vezes, até que resolvi viver minha vida prestando atenção as novas expectativa que a vida me dava e parei de dar tanta importancia a quem não me respeitava.
    bjs
    http://eueminhasplantinhas.blogspot.com.br/

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  12. Boa noite Ritinha..

    Lindo...mas triste.. Gostei de ler..

    Beijinho

    http://coisasdeumavida172.blogspot.pt/

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  13. Sem dúvida muito interessante e enriquecedor este momento de reflexão e partilha.
    1 abraço desde Portugal.

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  14. Ritinha adorei este belo momento que daria para escrever tanto ,mas apenas vou dizer o ser humano necessita de amar e ser amado ,uma dura realidade que fazem escorrer lagrimas de quem usa meias vermelhas ,muitos beijinhos Emanuel

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  15. Bom dia Ritinha, me emocionou a tua história e o texto postado. Acredito que são "carmas" de vidas passadas que vêem para serem resgatados mas que nem sempre acontecem. Mas você está fazendo a tua parte sendo amorosa com tuas filhas, netas e com o seu Grandão. Como disse Machado de Assis:
    "As feridas da Alma são curadas com amor, carinho, atenção e paz".
    Tenha um dia abençoado. Beijos. TecaEuzebio

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